Poder pensar na velhice e em formas de lidar com nossos velhos de forma digna e respeitosa é cada vez mais necessário no Brasil e no mundo. Acompanhando a tendência dos países mais desenvolvidos, o Brasil está deixando de ser um “país jovem” com o atual crescimento vertiginoso da população idosa.
A literatura aponta que fatores sociais e ambientais propiciam um melhor ou pior envelhecimento. A partir disso, apostamos que, ao investir em trabalhos que primem pelo fortalecimento dos laços sociais de cooperação e afeto entre os idosos, estamos contribuindo para que seu envelhecer seja de maior qualidade.
Sob o aspecto psicológico, a velhice é um momento onde muitos lutos precisam ser feitos: luto pelas perdas físicas e, às vezes, mentais; perdas sociais significativas (amigos e parentes da mesma geração, trabalho, papéis e funções antes desempenhadas na sociedade e na família, entre outras).
É importante que o idoso tenha uma rede de apoio que o ajude a levar suas dores de forma mais suportável. É importante que nossos velhos possam romper com o isolamento que por vezes os cercam e possam se sentir úteis e queridos para outras pessoas, aumentando seu círculo de trocas afetivas.
Obviamente, a velhice não é só caracterizada pelos aspectos negativos das perdas. Também há espaço para uma reavaliação da história de vida, há espaço para celebrar vitórias até então conquistadas e pode-se também encontrar novas fontes de prazer na vida, como a alegria de estar com netos, poder curtir o tempo de aposentadoria a seu bel-prazer, poder se dedicar a um hobby anteriormente esquecido, etc.
A velhice é um momento particular na vida dos homens, fértil em conteúdos específicos que podem ser trabalhados a fim de promover maior bem-estar. E é por isso que apostamos na psicoterapia para idosos como um caminho viável e rico.
*Jéssica Calderon.