segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Por que Psicoterapia para Idosos?



Poder pensar na velhice e em formas de lidar com nossos velhos de forma digna e respeitosa é cada vez mais necessário no Brasil e no mundo. Acompanhando a tendência dos países mais desenvolvidos, o Brasil está deixando de ser um “país jovem” com o atual crescimento vertiginoso da população idosa.
            A literatura aponta que fatores sociais e ambientais propiciam um melhor ou pior envelhecimento. A partir disso, apostamos que, ao investir em trabalhos que primem pelo fortalecimento dos laços sociais de cooperação e afeto entre os idosos, estamos contribuindo para que seu envelhecer seja de maior qualidade.
            Sob o aspecto psicológico, a velhice é um momento onde muitos lutos precisam ser feitos: luto pelas perdas físicas e, às vezes, mentais; perdas sociais significativas (amigos e parentes da mesma geração, trabalho, papéis e funções antes desempenhadas na sociedade e na família, entre outras).
            É importante que o idoso tenha uma rede de apoio que o ajude a levar suas dores de forma mais suportável. É importante que nossos velhos possam romper com o isolamento que por vezes os cercam e possam se sentir úteis e queridos para outras pessoas, aumentando seu círculo de trocas afetivas.
            Obviamente, a velhice não é só caracterizada pelos aspectos negativos das perdas. Também há espaço para uma reavaliação da história de vida, há espaço para celebrar vitórias até então conquistadas e pode-se também encontrar novas fontes de prazer na vida, como a alegria de estar com netos, poder curtir o tempo de aposentadoria a seu bel-prazer, poder se dedicar a um hobby anteriormente esquecido, etc.
            A velhice é um momento particular na vida dos homens, fértil em conteúdos específicos que podem ser trabalhados a fim de promover maior bem-estar. E é por isso que apostamos na psicoterapia para idosos como um caminho viável e rico.

*Jéssica Calderon. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Por que Psicoterapia com mulheres?


Nós mulheres, temos sido chamadas ao largo dos anos de pessoas sensíveis, emotivas, sentimentais, românticas, controladoras, ciumentas, instáveis, reprimidas, exibidas, furiosas, inseguras, etc.

Se olharmos para o nosso passado, podemos dizer, que por milhões de anos fomos nós as que cuidamos da família nas cavernas, para que o homem pudesse ir em busca de alimento e abrigo.

Ao ficar restrita a um espaço fechado com outros seres humanos (neste caso os filhos), as habilidades que tiveram que desenvolver para cuidar dos seus foram às relacionais, de intercâmbio, de comunicação.

Portanto, é possível que as características acima descritas, possam ter sido úteis para o resguardo e a sobrevivência da família, o que amplia a nossa visão da mulher como mediadoras e facilitadoras da harmonia dentro desta.

Hoje, a mulher não é mais só dona de casa, desenvolve outros papéis sociais com os quais tem que lidar. Hoje se vê às voltas com jornadas duplas, às vezes, triplas... Trabalha fora, trabalha em casa, é filha, é mãe, é mulher!

Dentre as muitas definições que poderíamos abordar sobre esta mulher contemporânea, focamos aqui em uma de suas características, sua necessidade de comunicação com os demais, seu desejo de compartilhar e encontrar apoio em outras mulheres.

Queremos incentivar às mulheres a descobrir mais sobre suas diferentes facetas; qual é sua história, quais são as emoções, pensamentos, sensações e ações que cada uma habita. Ao olhar para dentro de nós, damos importância para o que verdadeiramente nos traz felicidade, observando amplamente as nossas diversas possibilidades de escolha. Isso nos dá uma sensação de liberdade e vitalidade, trazendo de volta, maior bem estar para nós mesmas e para as pessoas que estão ao nosso redor.

*Mary Fridman

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Contribuições de Pichón-Rivière à Psicoterapia de Grupo - O que é um grupo operativo? E sobre a resistência à mudança

Pichón-Rivière foi um psiquiatra e psicanalista argentino que introduziu o termo "grupos operativos" para falar de uma nova maneira de abordar a coordenação de grupos. Trabalhar a partir da idéia de grupos operativos, não diz respeito a um grupo particular muito diferente dos demais, mas sim tem a ver com uma forma de pensar e fazer a práxis nos grupos. "Os grupos operativos não são uma técnica, mas uma ideologia (...) uma ideologia sobre como devem funcionar e como devem ser coordenados os grupos." (p. 139. Portarrieu, Maria L. B. e Oklander, Juan T., 1989)

Um grupo operativo pode ser um grupo terapêutico, um grupo de familiares, de aprendizagem, de reflexão, etc. e este estará reunido por um objetivo comum, a realização de uma tarefa específica (tarefa externa).

Ao mesmo tempo, enquanto o grupo se empenha na realização de sua tarefa específica, outra tarefa vai se processando nos bastidores, é a tarefa interna, que corresponde à totalidade de operações que devem feitas pelos membros do grupo para manterem-se unidos e desenvolverem-se como equipe de trabalho.

Num grupo operativo o coordenador deve ter uma postura específica, deve cumprir a tarefa de apaziguar as ansiedades grupais para possibilitar que o grupo consiga realizar seu objetivo e deve fazer intervenções que possibilitem a realização da tarefa interna reflexiva, ajudando assim aos membros a se constituirem como um verdadeiro grupo.

Resistência à mudança:
* A psicoterapia (grupo ou individual) é um espaço de cura. Todo processo de cura implica mudança e toda mudança gera medo. Rivière fala de 2 medos básicos: MEDO DA PERDA (ex: perda dos benefícios secundários do sintoma) e  MEDO DO ATAQUE (ex: medo de uma situação desconhecida, com a qual não se saiba lidar). O medo gera ansiedade e esta em altos níveis gera resistência à mudança.

* As técnicas/intervenções propostas pelo terapeuta mobilizam os afetos, experiências e conhecimentos do grupo. A partir disso pode-se atuar sobre às resistências mobilizadas, podendo então permitir que a mudança e a cura aconteçam.

* O grupo deve ser um agente de mudança para cada um dos participantes. No grupo, cada participante adquire mais consciência de sua própria identidade e da dos demais. O processo de conscientização é capaz de gerar mudanças.

Bibliografia:
Osorio, L. Carlos e colaboradores. Grupoterapia Hoje, Ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 2ª edição, 1989.